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segunda-feira, 21 de junho de 2021

Comentando a Carta de Seatle

 Em 1.852 o Presidente Millard Fillmore dos Estados Unidos (EUA) oficiou uma proposta a Seatle. Desejava adquirir as suas terras para colonizá-las. Pagaria em dinheiro e ofereceria em troca um outro território onde alojar sua gente.

O chefe indígena respeitosamente respondeu-lhe e o fez por meio de uma carta cujo teor para os nossos padrões culturais era no mínimo desconcertante:

"O presidente em Washington informa que deseja comprar a nossa terra.

Mas como é possível comprar ou vender o céu ou a terra? A idéia nos é estranha. Se não possuimos o frescor do ar e a vivacidade da água, como vocês poderão comprá-los?

Cada parte dessa terra é sagrada para o meu povo.

Cada arbusto  brilhante do pinheiro, cada porção de praia, cada bruma na floresta escura, cada inseto que zune, todos são sagrados na memória e na experiência do meu povo.

Conhecemos a seiva que circula nas árvores como conhecemos o sangue que circula em nossas veias. Somos parte da terra e ela é parte de nós.

As florestas perfumadas são nossas irmãs. O urso, o gamo e a grande águia são nossos. O topo das montanhas irmãos, o humus das campinas, o calor do corpo do pônei e o homem pertencem todos à mesma família.

A água brilhante que se move nos rios e riachos, não é apenas água, mas o sangue dos nossos ancestrais. Se lhe vendermos nossa terra, vocês deverão lembrar-se de que ela é sagrada. Cada reflexo espectral nas claras águas dos lagos, fala de eventos e memórias na vida do meu povo. O murmúrio da água é a voz do pai do meu pai. Os rios são nossos irmãos. Eles saciam a nossa sêde, conduzem as nossas canoas e alimentam os nossos filhos. Assim, é preciso dedicar aos rios a mesma bondade que se dedicaria a um irmão. Se lhe vendermos a nossa terra, lembrem-se de que o ar é precioso para nós. O ar partilha o seu espírito com toda vida que o ampara. O vento que deu ao nosso avô seu primeiro alento, também recebe seu último suspiro. 

Ensinarão vocês às nossas crianças que a terra é nossa mãe? O que acontece á terra acontece a todos os filhos da terra. . . 

Todas as coisas estão ligadas, assim como o sangue nos une a todos. O homem não teceu a rede da vida  É aoenas um dos fios dela. O que quer que ele faça á rede, o fará a sí mesmo. 

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