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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Trechos de "A República das Milícias - dos Esquadrões da Morte à era Bolsonaro" de Bruno Paes Manso

"Até que ponto a realidade do crime no Rio de Janeiro ajudaria a entender a escolha dos eleitores por Jair Bolsonaro, para presidente do Brasil em 2.018?Bolsonaro visto como um político contrário à corrupção, defendia abertamente uma guerra violenta contra o crime, mesmo que ela produzisse homicídios. Ele queria o armamento da população e tinha ligações diretas com integrantes de grupos milicianos do Estado. (pág. 33)

Adriano Magalhães da Nóbrega era amigo de Fabrício Queiróz que se tornou o "faz tudo" do gabinete do Deputado. Adriano Magalhães da Nobrega foi protegido foi protegido pela família Bolsonaro durante anos, com parentes empregados no gabinete de Flávio, mesmo durante o período em que mergulharia no crime do Rio de Janeiro para se tornar um dos criminosos mais violentos da cena local." (pág. 33)

"Com todos os olhos voltados para as tropas militares da cidade, uma bomba explodiu no dia 14 de março de 2.018 às vésperas  do aniversário de um mês da intervenção federal. O assassinato da Vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, colocou em cheque a credibilidade do Exército e das forças de segurança do Estado. Marielle era uma das vozes mais críticas da intervenção federal. Com seu assassinato era como se os milicianos dessem um recado claro: não importa a presença do Exército, os olhares da imprensa nacional e estrangeira, o interesse dos políticos e das instituições democráticas: quem manda no Rio são as milícias. A eleição de Jair Bolsonaro se deu nesse turbilhão." (pág. 35)

"A dimensão dos problemas em que o país se encontrava tornou-se ainda mais assustadora com a pandemia do novo corona-virus a partir de março de 2.020, com um governo repleto de militares e um presidente negacionista que deixou o virus se espalhar de forma descontrolada." (pág. 36)

"Fabrício Queiróz do 18o. Batalhão do Rio era apenas uma pequena peça na longeva engrenagem social de produzir conflitos no Rio. Só ganharia relevância em 2.018 com a eleição de Jair Bolsonaro, de quem era amigo leal e se tornaria um asssistente parlamentar merecedor de toda confiança da família Bolsonaro." (pág. 37)

"Ainda em novembro de 2.002 depois de Queiróz ter matado Gênesis Luiz da Silva no baile fank, um grande escândalo implicaria diretamente os comandantes do 18o. Batalhão em denúncias de extorção de traficantes na Cidade de Deus." (pág. 41)

"Em 2.003 Queiróz voltaria a se envolver em confusão quando no dia 15 de maio ele participou de um homicídio ao lado de Adriano Magalhães da Nóbrega. O homicídio cometido pela dupla ocorreu durante a ronda de bairros, cuja vítima foi o técnico de refrigeração Anderson Rosa de Souza, pai de dois filhos, segundo o atestado de óbito alegando que o mesmo gerenciava o tráfico na Cidade de Deus." (pág.42)




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