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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O Professor



“Os professores não são anjos nem demônios. São apenas pessoas (e já não é pouco!). Mas pessoas que trabalham para o crescimento e a formação de outras pessoas. O que é muito. São profissionais que não devem renunciar à palavra, porque só ela pode libertá-los de cumplicidades e aprisionamentos. É duro e difícil, mas só assim cada um pode reconciliar-se com sua profissão e dormir em paz consigo mesmo.” ( Antônio Novoa – em palestra no Rio de Janeiro em maio de 2.003).

Professor - mero transmissor de conhecimentos. 

Educador – aquele que vê o educando como um ser total.

O Professor ensina, o Educador aprende.

Professor pode ser substituído, Educador não se substitui.

O ensino é uma profissão paradoxal. De todos os trabalhos que são ou que aspiram ser Profissão  só a do ensino é que se espera que crie as habilidades humanas e as capacidades que permitirão sobrevivência aos indivíduos e às organizações e a ter êxito na sociedade do conhecimento de hoje. Dos professores, mais do que de qualquer outro profissional, espera-se que construam comunidades de aprendizagem, criem a sociedade do conhecimento e desenvolvam as capacidades para a inovação, a flexibilidade, o compromisso com a mudança, essenciais para a prosperidade econômica. Dos professores ainda, espera-se que mitiguem e equilibrem muitos dos problemas que a sociedade do conhecimento cria, como é o caso do consumismo excessivo, a perda da comunidade e o incremento da distância entre ricos e pobres.

De alguma forma, os professores devem tentar alcançar essas metas aparentemente contraditórias de forma simultânea. É esse o seu paradoxo profissional. (Hargreaves, A. – 2003, Teaching in the knowledge society. Maidenhead: Open University Press)                Acredita-se que a maioria dos educadores advoga a tese de que a Educação é um processo capaz de realizar e estabelecer a mudança social que todos almejamos.

 

 

Em editorial de A Folha do Estado de São Paulo de 24 de janeiro de 1.997, o Doutor Henrique Fleming – professor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo recomendava aos professores, a leitura dos clássicos como Homero, Platão, Aristóteles, cuja leitura por si só provocaria uma revolução na Educação. Dizia ele que o educador, pensa que deve preparar os jovens para a vida como ela é, porém, quando adultos, descobrem que a vida tem outra figura: quanto mais preparados tenham sido, mais desajustados se sentem. Enfatizava em anúncio que, a tarefa da educação é preparar os jovens para um mundo mutante. A formação do caráter finalidade máxima da Pedagogia, não pode prescindir do apoio da ética, também chamada de ciência do comportamento. O professor é tentado no deserto a definir o errado e o certo, a ser representante da ética e a repartir o pão e a repetir, parafraseando Pessoa, que tudo vale a pena quando não é pequeno o coração”. (Gabriel Perissé “A Tentação de Ensinar”)              O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci tornou-se o ícone da cultura renascentista. Por trás de cada trabalho de um Professor, estão séculos de reflexões sobre o ofício de educar, baseadas nas grandes obras de Aristóteles, Rousseau e Emile Durkheim – cujas idéias foram incorporadas à prática pedagógica, à organização do sistema escolar, ao conteúdo dos livros didáticos e ao currículo docente. Educadores e pais concentram toda a sua energia e interesse nas dimensões intelectuais e psicológicas da inteligência e se esquecem quase por completo da esfera moral, como o incidente da queima de pessoas e outros bárbaros crimes cometidos por jovens. (Robert Coles - Psiquiatra de Harvard alerta para Inteligência Moral. Revista Folha 27.04.97)



                               
Lucrecia Anchieschi

                                                                                  luanchieschi@uol.com.br

 

 

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