“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” ( Rui Barbosa em discurso no Senado Brasileiro em 17.12.1.914)
Poder: Dispor de forças ou autoridade. Direito de deliberar, agir e mandar. Domínio, força. O governo de um Estado.
Corrupção: Devassidão, depravação. Suborno. Ato ou efeito de corromper (Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
A corrupção corrói a dignidade da sociedade, contamina e compromete gerações futuras. O dinheiro desviado traz o abandono, gera desemprego, estimula a formação de quadrilhas e do crime organizado. Os corruptos, pessoas sem moral, sem princípios, cujas ações afetam as regras de conduta social e convivência humana, devem ser banidos pela força do voto. A corrupção passiva, a corrupção ativa, o superfaturamento de obras públicas, a cobrança de propina, a cobrança indevida de comissões e a famosa “caixinha”, causam profunda repercussão econômica e afetam a qualidade de vida da população. A corrupção pode e deve ser combatida com os instrumentos de uma sociedade civilizada: memória e voto consciente compõem os ingredientes para fazer de um País uma grande Nação.
Podemos listar outros tantos crimes
como o de prevaricação,
falsidade ideológica, suborno, extorsão, apropriação indébita, tráfico de
influência, sonegação fiscal, formação de quadrilha, etc. O nepotismo também é
uma forma de corrupção. Apenas para exemplificar: há suspeitas de homicídios praticados por desafetos por conta de
projetos contra o nepotismo aprovados em Câmaras Legislativas como foi o caso
ocorrido no centro do Município de Carpina, Zona da Mata no Estado de
Pernambuco.
Existe a corrupção estrutural embutida no próprio sistema político
eleitoral brasileiro que precisa de urgente reforma política. Uma reforma
política que aprimore os institutos da democracia representativa e favoreça os
institutos da democracia direta, participativa e deliberativa.
“Existe relação
clara entre corrupção e pobreza. Se há corrupção, não há como ter uma sociedade
que lute pelo desenvolvimento. A corrupção contamina todos os direitos básicos: o direito à vida, à alimentação,
direitos civis e políticos. A corrupção está na base de várias violações”. (Nigeriana Christy
Mbony – Relatora Especial da ONU, 23.08.2006)
Os índices de corrupção têm relação direta com os índices de desigualdade
– quanto maior a desigualdade, maior a corrupção.
Conscientizar o cidadão, fortalecer as instituições e consolidar a democracia, são os objetivos supremos das entidades civis. A sociedade clama pela transparência e pela ética. Desvios de recursos causados pelos corruptos geram quebra do orçamento e déficits crônicos. É necessário pois, mudança profunda de hábitos políticos administrativos em respeito à cidadania.
Lucrecia Anchieschi
luanchieschi@uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário