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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Ética e Liberdade

 

Para serem autores do seu discurso, os professores precisam construir mecanismos interiores  que lhes permitam articular suas práticas de forma coerente, não só com seus valores pessoais, mas também com os valores e necessidades construídas socialmente; precisam ter pleno domínio do campo do conhecimento que irão transmitir; precisam ter condições intelectuais e materiais para analisar individual e coletivamente o trabalho realizado. Enfim, é preciso dar ao professor o reconhecimento e valorização profissional que merecem, e que vêm sendo subtraídos.

O professor enquanto funcionário público portador de relevante informação de interesse social, tem que ter liberdade, direito e dever de expressar e tornar públicas as informações que pertençam à esfera pública.

Mas o que há assim de tão perigoso em deixar as pessoas falarem, qual o perigo dos discursos se multiplicarem indefinidamente? Onde está o perigo, diz Michel Focault.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada pela ONU em 1.948 no seu Artigo XIX diz que todo ser humano tem o direito à liberdade de opinião e expressão; direito este, que inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias, por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.

Portanto, temos o direito de nos expressar livremente e de buscar e receber informações.

Norberto Bobbio defende que os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam são direitos históricos, manifestos e derivados em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidas gradualmente, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas.

A criação da Organização das Nações Unidas propiciou a compreensão de que o direito à liberdade de expressão deve ser entendido como base para o fortalecimento, valorização e consolidação dos regimes democráticos e efetivação de outros direitos humanos e liberdades fundamentais, garantidos por padrões e tratados internacionais reconhecidos por diversos países nas suas Constituições.

O reconhecimento e a proteção dos direitos do homem estão na base das Constituições democráticas modernas. A paz é o pressuposto necessário para o reconhecimento e a efetiva proteção dos direitos do homem em cada Estado e no sistema internacional. Os direitos humanos são fins que merecem ser perseguidos e que apesar do grande apelo, não foram ainda todos eles reconhecidos. Direitos do homem são aqueles cujo reconhecimento é condição necessária para o aperfeiçoamento da pessoa humana ou para o desenvolvimento da civilização. E toda associação política tem o objetivo da conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem, como a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão, esta última, vista hoje, como fenômeno coletivo e não individual.

Como restabelecer a paz sem arroz, sem feijão, sem educação, tendo o grande apelo às drogas e a prostituição como fonte de renda, etc.? Temos que a maior insegurança no Mundo é a fome.

Paz, não se impõe por decreto. Trabalha-se e age-se pró-paz. Chegamos a um patamar de violência tal, que só a educação ou reeducação da sociedade poderá minimizá-la ou estancar esse processo de vez, e sendo a família a base da sociedade, então é a família que deve ser focada.

Somos uma sociedade doente porque abdicamos de uma educação responsável e de qualidade. E quando nos referimos à educação, é toda ela, a educação formal e informal.                                                                             É um engano referir-se à sociedade como um veículo independente do "ser" que deve "ser humano". A sociedade somos todos nós e a família é o primeiro e principal núcleo social. É a família  que deve ser protegida e velada, valorizada e mantida, para que construamos uma sociedade equilibrada, pacífica e solidária.

Com a chegada da paz, muralhas serão derrubadas e caminharemos sem medo pelas ruas e praças, e nossas crianças e jovens desfilarão alegres a caminho da Escola. Uma Escola segura.

                                     Lucrecia

 

O Professor



“Os professores não são anjos nem demônios. São apenas pessoas (e já não é pouco!). Mas pessoas que trabalham para o crescimento e a formação de outras pessoas. O que é muito. São profissionais que não devem renunciar à palavra, porque só ela pode libertá-los de cumplicidades e aprisionamentos. É duro e difícil, mas só assim cada um pode reconciliar-se com sua profissão e dormir em paz consigo mesmo.” ( Antônio Novoa – em palestra no Rio de Janeiro em maio de 2.003).

Professor - mero transmissor de conhecimentos. 

Educador – aquele que vê o educando como um ser total.

O Professor ensina, o Educador aprende.

Professor pode ser substituído, Educador não se substitui.

O ensino é uma profissão paradoxal. De todos os trabalhos que são ou que aspiram ser Profissão  só a do ensino é que se espera que crie as habilidades humanas e as capacidades que permitirão sobrevivência aos indivíduos e às organizações e a ter êxito na sociedade do conhecimento de hoje. Dos professores, mais do que de qualquer outro profissional, espera-se que construam comunidades de aprendizagem, criem a sociedade do conhecimento e desenvolvam as capacidades para a inovação, a flexibilidade, o compromisso com a mudança, essenciais para a prosperidade econômica. Dos professores ainda, espera-se que mitiguem e equilibrem muitos dos problemas que a sociedade do conhecimento cria, como é o caso do consumismo excessivo, a perda da comunidade e o incremento da distância entre ricos e pobres.

De alguma forma, os professores devem tentar alcançar essas metas aparentemente contraditórias de forma simultânea. É esse o seu paradoxo profissional. (Hargreaves, A. – 2003, Teaching in the knowledge society. Maidenhead: Open University Press)                Acredita-se que a maioria dos educadores advoga a tese de que a Educação é um processo capaz de realizar e estabelecer a mudança social que todos almejamos.

 

 

Em editorial de A Folha do Estado de São Paulo de 24 de janeiro de 1.997, o Doutor Henrique Fleming – professor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo recomendava aos professores, a leitura dos clássicos como Homero, Platão, Aristóteles, cuja leitura por si só provocaria uma revolução na Educação. Dizia ele que o educador, pensa que deve preparar os jovens para a vida como ela é, porém, quando adultos, descobrem que a vida tem outra figura: quanto mais preparados tenham sido, mais desajustados se sentem. Enfatizava em anúncio que, a tarefa da educação é preparar os jovens para um mundo mutante. A formação do caráter finalidade máxima da Pedagogia, não pode prescindir do apoio da ética, também chamada de ciência do comportamento. O professor é tentado no deserto a definir o errado e o certo, a ser representante da ética e a repartir o pão e a repetir, parafraseando Pessoa, que tudo vale a pena quando não é pequeno o coração”. (Gabriel Perissé “A Tentação de Ensinar”)              O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci tornou-se o ícone da cultura renascentista. Por trás de cada trabalho de um Professor, estão séculos de reflexões sobre o ofício de educar, baseadas nas grandes obras de Aristóteles, Rousseau e Emile Durkheim – cujas idéias foram incorporadas à prática pedagógica, à organização do sistema escolar, ao conteúdo dos livros didáticos e ao currículo docente. Educadores e pais concentram toda a sua energia e interesse nas dimensões intelectuais e psicológicas da inteligência e se esquecem quase por completo da esfera moral, como o incidente da queima de pessoas e outros bárbaros crimes cometidos por jovens. (Robert Coles - Psiquiatra de Harvard alerta para Inteligência Moral. Revista Folha 27.04.97)



                               
Lucrecia Anchieschi

                                                                                  luanchieschi@uol.com.br

 

 

domingo, 18 de outubro de 2020

Corrupção e Poder


“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos  dos maus o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” ( Rui Barbosa em discurso no Senado Brasileiro em 17.12.1.914)

Poder: Dispor de forças ou autoridade. Direito de deliberar, agir e mandar. Domínio, força. O governo de um Estado.

Corrupção: Devassidão, depravação. Suborno. Ato ou efeito de corromper (Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)

A corrupção corrói a dignidade da sociedade, contamina e compromete gerações futuras. O dinheiro desviado traz o abandono, gera desemprego, estimula a formação de quadrilhas e do crime organizado. Os corruptos, pessoas sem moral, sem princípios, cujas ações afetam as regras de conduta social e convivência humana, devem ser banidos pela força do voto. A corrupção passiva, a corrupção ativa, o superfaturamento de obras públicas, a cobrança de propina, a cobrança indevida de comissões e a famosa “caixinha”, causam profunda repercussão econômica e afetam a qualidade de vida da população. A corrupção pode e deve ser combatida com os instrumentos de uma sociedade civilizada: memória e voto consciente compõem os ingredientes para fazer de um País uma grande Nação.

Podemos listar outros tantos crimes como o de prevaricação, falsidade ideológica, suborno, extorsão, apropriação indébita, tráfico de influência, sonegação fiscal, formação de quadrilha, etc. O nepotismo também é uma forma de corrupção. Apenas para exemplificar: há suspeitas de homicídios praticados por desafetos por conta de projetos contra o nepotismo aprovados em Câmaras Legislativas como foi o caso ocorrido no centro do Município de Carpina, Zona da Mata no Estado de Pernambuco.

Existe a corrupção estrutural embutida no próprio sistema político eleitoral brasileiro que precisa de urgente reforma política. Uma reforma política que aprimore os institutos da democracia representativa e favoreça os institutos da democracia direta, participativa e deliberativa.

Existe relação clara entre corrupção e pobreza. Se há corrupção, não há como ter uma sociedade que lute pelo desenvolvimento. A corrupção contamina todos os direitos básicos: o direito à vida, à alimentação, direitos civis e políticos. A corrupção está na base de várias violações”. (Nigeriana Christy Mbony – Relatora Especial da ONU, 23.08.2006)

Os índices de corrupção têm relação direta com os índices de desigualdade – quanto maior a desigualdade, maior a corrupção.

Conscientizar o cidadão, fortalecer as instituições e consolidar a democracia, são os objetivos supremos das entidades civis. A sociedade clama pela transparência e pela ética. Desvios de recursos causados pelos corruptos geram quebra do orçamento e déficits crônicos. É necessário pois, mudança profunda de hábitos políticos administrativos em respeito à cidadania.

                           Lucrecia Anchieschi

                                                                 luanchieschi@uol.com.br


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Conselho de Representantes em São Paulo/SP

                                                             


Demorou, mas vencemos:

Segundo registra Decreto 59.023/2.019 Art. 2º. §3º.  “ O Conselho Participativo Municipal tem caráter transitório e subsistirá até que o Conselho de Representantes de que tratam os Artigos 54 e 55 da Lei Orgânica do Município possa validamente existir e estar em funcionamento”,  portanto diante da “Constitucionalidade da lei de iniciativa parlamentar a criar conselho de representantes da sociedade civil, integrante da estrutura do Poder Legislativo com atribuição de acompanhar ações do Executivo” o STF considerou constitucional a Lei do Conselho de Representantes. (Plenário, Sessão Virtual de 02.10. 2020 a 09.10. 2020)

Cabe então a cada Subprefeitura reorganizar ou ratificar o Conselho Participativo existente e fazê-lo funcionar legal e constitucionalmente como Conselho de Representantes segundo Lei 13.881/2004.

                                                  Lucrecia Anchieschi

                                          www.apenasumacidada.blogspot.co

sábado, 10 de outubro de 2020

Trajetória da Mulher


                        Passeata pelo voto feminino em New York

1.827 – Meninas são levadas a frequentar escola.

1.910 – Criado o primeiro partido político feminino.

1.932 – Mulheres conquistam o direito ao voto.

1.962 – Criado o Estatuto da Mulher Casada.

1.974 – Mulheres conquistam o direito a portar Cartão de Crédito.

1.977 – É aprovada a Lei do Divórcio.

1.979 – Mulheres  garantem o direito a prática do futebol.

1985 – Criada a primeira Delegacia da Mulher.

1.988 – A Constituição da República Federativa do Brasil passa a reconhecer as mulheres como iguais aos homens.

2.002 – “Falta da virgindade” deixa de ser crime.

2.006 -  Sancionada  a Lei Maria da Penha.

2.015 – Aprovada a lei do feminicidio. 

2.018 – Importunação sexual feminina passou a ser considerado crime.

( Transcrito de matéria no Facebook)

 

 

 

 

 

Homem com H

Assisti há dias no Teatro Santander o belíssimo espetáculo "Ney Matogrosso - Homem com H" interpretado magnificamente pelo ator Re...