Neste ano de eleição devemos acompanhar
atentamente as propagandas eleitorais, pois é época propícia para o surgimento
de grupos de pressão, visando manipular
nossa liberdade de escolha. A desesperada luta pelo poder leva os menos
éticos e os mais afoitos, a lançarem mão de técnicas de manipulação - um verdadeiro safári na floresta de propaganda
eleitoral.
A escolha do voto passa pela crítica
das mensagens que o candidato envia - da expressão corporal aos impressos e jingle que ele usa. O
candidato que planta subliminar não é merecedor de confiança, não é digno do
nosso voto. Escolhamos por eliminação, cortando todos aqueles em cujo material
de propaganda apareça o subliminar.
É importante escolher bem, negando
nosso voto aos oportunistas, impedindo-lhes o acesso a cargos públicos onde
disseminariam a corrupção, o nepotismo e o estelionato eleitoral.
Nos horários gratuitos na televisão e no
rádio, observemos a fala do corpo e o ritmo da música nas propagandas
eleitorais.
É bom que treinemos nossa percepção na
leitura de gestos, olhando atentamente a posição do corpo e expressão facial do
candidato: o modo como ele olha, trinca os dentes, aperta as pálpebras,
mostra quem ele é e o que tenta esconder de nós.
Outro elemento é o som: de olhos vendados, procuremos
ouvir o jingle e as
músicas. Se tiverem um ciclo rítmico de 80 batidas por minuto, o candidato está tentando nos inibir e
quebrar nossa defesa.
Na propaganda opressora, o político indica soluções e caminhos fazendo as massas
se moverem feito rebanho. Na elucidativa,
o candidato questiona e deixa o cidadão decidir. Só os democratas empregam a propaganda elucidativa, ou seja, aqueles que
têm respeito ao eleitor e principalmente respeito às classes intelectual e
economicamente menos favorecidas.
Um dos mais rumorosos casos sobre o
extraordinário poder da propaganda subliminar ocorreu nos Estados Unidos no ano
de 1957. De acordo com o pesquisador James Vicary, as mensagens “coma pipoca” e “beba coca-cola”, foram exibidas num
cinema de New Jersey por um período de seis semanas e, vistas por 45.669
freqüentadores durante o filme Picnic.
Embora ocorra esse recurso, grande
contingente da população repudia teses conspiratórias e podemos concluir que o
eleitor já distingue o supérfluo do importante, a ficção da realidade e muda de
posição diante de fatos relevantes.
Lucrecia Anchieschi
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