“Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um armador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic”. (Luis Fernando Veríssimo)
Ao crescerem o acervo e a diversidade de elementos que constituem a
cultura, diminui-nos a capacidade de captá-los e harmonizá-los organicamente. E
assim, vai desaparecendo a imagem do homem universal.
Continua-se a impor a cada ser humano o dever de conservar a integridade de sua pessoa, inteligência, vontade, consciência, fraternidade. Bastam alguns anos de ausência para que nos sintamos superados e desatualizados.
O estudo num campo muito especializado traz consigo o perigo de desinteressar-se por outros setores da vida, da verdade, do bom e do belo.
O especialista pode facilmente sucumbir à tentação de isolar-se, de
fechar-se num gueto, de deixar de ser humano. O especialista é hoje uma
necessidade, porém devemos ajudá-lo já na família, na qual educado com amor há
de aprender mais facilmente a hierarquia dos valores.
Estando a cultura subordinada à perfeição integral da pessoa humana, da comunidade e da sociedade, é necessário cultivar o espírito de tal maneira que se promova capacidades de admiração, intuição e contemplação de modo a aperfeiçoar o sentimento religioso, o senso moral e social.
Célestin Freinet (1.938) dizia da necessidade de atividades escolares
vivas, associadas aos interesses e ao futuro das crianças, que fossem muito
mais que um jogo ou um passatempo, mas trabalho autêntico; fruto de uma
necessidade útil ao qual uma pessoa se entregasse de todo o coração e que, por
todos esses motivos se tornaria um poderoso gerador de dinamismo e de proveito
pedagógico. E continuava: é preciso
preparar homens que conheçam suas
responsabilidades, homens decididos a se organizarem no meio em que vivem;
homens, que levantem a cabeça e olhem de frente as coisas e os indivíduos,
homens cidadãos que possam edificar um mundo novo de liberdade, eficiência e
paz.
Rejeitemos a ilusão de uma educação isolada em si mesma, à margem das
grandes correntes sociais e políticas que a condicionam.
Lucrecia Anchieschi
www.apenasumacidada.blogspot.com
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