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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Formação para a Sabedoria

 

                                      

Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um armador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic”. (Luis Fernando Veríssimo)

 É com alma angustiada que o homem contempla as inúmeras contradições existentes no plano cultural e que ele próprio deverá resolver. Como se pode conciliar uma dispersão tão rápida e progressiva das ciências particulares, com a necessidade de elaborar a sua síntese e de conservar nos homens as faculdades de contemplação e admiração que encaminham para a sabedoria?

Ao crescerem o acervo e a diversidade de elementos que constituem a cultura, diminui-nos a capacidade de captá-los e harmonizá-los organicamente. E assim, vai desaparecendo a imagem do homem universal.

Continua-se a impor a cada ser humano o dever de conservar a integridade de sua pessoa, inteligência, vontade, consciência, fraternidade. Bastam alguns anos de ausência para que nos sintamos superados e desatualizados.

O estudo num campo muito especializado traz consigo o perigo de desinteressar-se por outros setores da vida, da verdade, do bom e do belo.

O especialista pode facilmente sucumbir à tentação de isolar-se, de fechar-se num gueto, de deixar de ser humano. O especialista é hoje uma necessidade, porém devemos ajudá-lo já na família, na qual educado com amor há de aprender mais facilmente a hierarquia dos valores.

Estando a cultura subordinada à perfeição integral da pessoa humana, da comunidade e da sociedade, é necessário cultivar o espírito de tal maneira que se promova capacidades de admiração, intuição e contemplação de modo a aperfeiçoar o sentimento religioso, o senso moral e social.

Célestin Freinet (1.938) dizia da necessidade de atividades escolares vivas, associadas aos interesses e ao futuro das crianças, que fossem muito mais que um jogo ou um passatempo, mas trabalho autêntico; fruto de uma necessidade útil ao qual uma pessoa se entregasse de todo o coração e que, por todos esses motivos se tornaria um poderoso gerador de dinamismo e de proveito pedagógico. E continuava: é preciso preparar homens que conheçam suas responsabilidades, homens decididos a se organizarem no meio em que vivem; homens, que levantem a cabeça e olhem de frente as coisas e os indivíduos, homens cidadãos que possam edificar um mundo novo de liberdade, eficiência e paz.

Rejeitemos a ilusão de uma educação isolada em si mesma, à margem das grandes correntes sociais e políticas que a condicionam.

                                                              Lucrecia Anchieschi

                                    www.apenasumacidada.blogspot.com



 

 

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